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Existe alternativa

Não sei se você sabe, mas há um ano eu coloquei o filho TETTRIS no mundo, meu primeiro serviço de coaching em grupo. Depois de muita resistência, lancei, divulguei e fui divulgada pela minha rede de amigos. Me lembrei disso por causa das lembranças do Facebook e elas me fizeram lembrar do quanto eu quis esquecer aqueles meses e do que toda essa negação causou no resto do meu ano, mas me emocionei com o número de compartilhamentos que aquelas publicações tiveram. Todo esse momento, entre ver as lembranças e refletir sobre o apoio que sempre tive, me trouxe uma conclusão muito importante sobre o meu trabalho, meu propósito e minha vida e quero compartilhar com você.

O ano que se passou foi uma lição e tanto, então você já pode imaginar que, mesmo o TETTRIS tendo sido muito bem visto pelos que participaram, foi um processo muito difícil para mim. Foi minha primeira “lição de fracasso”, mesmo que hoje eu não veja como um fracasso, no fim das contas, pois todos esses acontecimentos me transformaram e trouxeram novas ideias para me basear no momento de falar sobre “fazer o que ama”. Realmente isso não é pra todo mundo e não, não tem nada a ver com alta performance, “pare de mimimi”, nem de “se você quer, você consegue”. O que aconteceu comigo de lá até aqui, foi um ano cheio de baixa performance, com surra de mimimi e de querer, mas não ter forças pra querer tanto assim e me mexer para conseguir. Foi o ano que eu entendi que as variáveis para “fazer o que ama” são muitas mais do que as que eu imaginava e que questões como nível de dificuldade e tempo para fazer isso dar certo também envolvem coisas demais.

Pra mim, ver isso acontecer mesmo não estando 100% ali não demorou tanto e eu pude “falhar” cedo, aprender cedo, perder totalmente o controle cedo, me perdoar cedo… Enfim, eu pude tentar. Tive possibilidades, oportunidades, base e vivi tudo aquilo que as pessoas fora da minha bolha demorariam muito mais pra viver, por não terem os mesmos privilégios que eu. Por um tempo eu até me culpei por isso, me culpei por ter mais possibilidades que os outros e isso me fazia duvidar da efetividade do meu trabalho, afinal, na minha cabeça, eu havia conseguido por ter tido oportunidades e possibilidades, além de só atender pessoas como eu – pessoas que podiam. Me doía acreditar que as pessoas sem privilégios nunca poderiam estar ali, no lugar dos meus clientes ou até mesmo no meu.

Quando eu falo sobre privilégios, não falo só das questões financeiras. Claro que essa variável muda muito o andamento da coisa toda, mas vi que não era o mais determinante, não. Me dei conta de que o mais impotante pra ver tudo isso acontecer e sentir que as coisas estão dando mais certo que antes é o fato de eu ter construído laços de carinho, amizade e confiança muito bem feitos, sem segundas intenções (pelo menos da minha parte), que me deram (e dão) um fator chamado APOIO. Além disso, claro, o importante fato de NÃO ter crescido ouvindo o mundo dizer que eu não poderia ser alguém na vida. Pelo contrário, cresci ouvindo que eu deveria ser alguém na vida!

Esses laços de apoio que falei eu venho construindo desde a minha relação com a minha família, com meus amigos, com meus clientes e agora comigo mesma. Não é uma coisa “de hoje” ou que surgiu do nada, não tem a ver com conhecer alguém numa reunião ou num evento de negócios, nem de se envolver com pessoas influentes por causa da influência delas, nem de admirar alguém pelo que ela pode prover. A intenção nunca foi esperar por esse apoio e quando ele estava lá, foi foda olhar para trás e ver o que eu construi, “sem querer, querendo”. Muita gente diz que pra conseguir oportunidades você tem que ter muito QI – “quem indica”, fazer uma rede de contatos influentes e bla bla. Eu até acredito nisso para algumas oportunidades em específico, mas eu diria que precisamos ter muito QA – “quem apoia”, construindo relações de intenções verdadeiras, com o olhar aberto de verdade para gerar conexão.

Tem muito mais a ver com a intenção que você tem no momento em que se direciona a alguém: você pode se direcionar por um querer em específico e ter uma relação de QI ou pode se conectar de verdade com aquela pessoa, dando o melhor de si e acabar, talvez, construindo uma relação de QA. Isso não tem nada a ver com moralismo e nem me arrisco a falar de “certo e errado”, índoles e caráter. Entendi que essas são questões tão particulares que ninguém pode julgar, sempre existe um histórico por trás de uma atitude que parece não ser “boa”. O fato é que, para alguém realmente se lembrar de você e te ajudar num momento difícil, não importa qual o certo ou o errado, se você não gerou conexão, não vai acontecer. E se isso não acontecer, você dificilmente terá uma rede de QA. E se você não tiver uma rede de QA, você não vai acreditar nas possibilidades da vida mediante uma dificuldade, seja ela qual for. Você não vai acreditar que pode e que merece sair dessa realidade.

“Fazer o que ama” não é pra todo mundo porque as oportunidades são diferentes e alguns já nascem sentindo que não podem, sendo segregadas do mundo de possibilidades e acreditando que nunca terão um QA que possa acrescentar algo, dar a mão e ensinar o caminho das pedras (e a gente sabe que não estou falando da minha calsse social, nem de classes acima, né?). Mas ficou claro que, se você tiver um QA dos bons, o rumo dessa história pode ser um pouco diferente, mesmo com tantas dificuldades. Hoje que enxergo as conexões que construí, as coisas que aprendi e as possibilidades que tive de me reerguer diante das circunstâncias, entendi que eu quero usar as minhas possibilidades, oportunidades e privilégios para que outros tenham isso também.

Eu só posso aceitar e agradecer pelos meus privilégios, meus QAs amados e aos perrengues pós TETTRIS. Tudo o que aconteceu só me fez ver que meu propósito é muito maior do que eu tinha em mente e eu posso até estar sonhando demais aqui mas, e daí, né? Eu já faço isso faz tempo mesmo! No ano passado nascia o TETTRIS, hoje nasce a certeza da construção do meu projeto social para levar o coaching e a orientação profissional para jovens e adultos carentes, em início de carreira. No que depender de mim, ninguém mais vai duvidar do que pode, do que é e de tudo que pode realizar com isso. Existe alternativa e eu me comprometo a ser um canal para fazer isso acontecer, porque eu posso.

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